Real, por incrível que pareça

Duas religiosas, dessas de saia até o pé, cabelão quase passando da cintura e prováveis pêlos também embaixo do braço (que graças à Deus estavam cobertos) fugiram de mim essa semana. Com passadas curtas por causa da roupa imprópria para a corrida, mas velozes e determinadas, as moças saíram em disparada pelas ruas de Imbituba entre tropeços, suor e medo.

Por uma falta de inteligência incrível fui parar nessa cidade por engano. Não reparei que na placa gigante que tinha bem na frente da minha janela no ônibus estava escrito "Bem-vindos à Imbituba" e não "Bem-vindos à Laguna". Sai ainda feliz da vida pensando "puxa, que sorte ter acordado bem no trevo onde eu tinha que descer". Mas as expressões de felicidade logo deram lugar às palavras de baixo calão ..... Foi aí que conheci Cleide e sua amiga.

"Por favor uma informação".... Não responderam. Ao invés disso correram, e correram o mais rápido que podiam, e quando pareciam cansadas o instinto pela sobrevivência gravemente ameaçada por mim lhes dava força para continuar até uma distância segura.

Não sei o que o pastor fala para a Cleide e sua amiga saírem correndo ao meio-dia em uma rua movimentada por alguém ter pedido ajuda, mas deve ser sinistro. A idéia de pecado instituída por essas religiões, o inferno e o temor a um Deus vingativo, preconceituoso, recalcado e admirador do masoquismo deve mexer com a cabeça de qualquer um.

continua....