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Thursday, May 04, 2006

Encontro discute a imigração alemã na região de Tubarão

Encontro discute a imigração alemã na região de Tubarão


Século XVIII, Europa. A revolução industrial traz para as cidades, envolto no ideal de progresso, o desemprego. Nos campos, o solo pouco produtivo devido a constante exploração já não garantia a sobrevivência. Foi nesse cenário de pobreza e fome que diversas famílias alemãs atravessaram o Atlântico rumo à região de Tubarão. “A miragem do paraíso Sul-americano, com terras de graça, sementes e ferramentas eram condições que acabaram se impondo às últimas resistências emotivas e convidavam para a aventura”, no relato do imigrante Mathias Schimitz ao escritor Toni Vidal Jochem. Quase 200 anos depois, os traços germânicos na cultura regional permanecem.
A valorização e o resgate dessa cultura foram os temas do “I Encontro de Estudo sobre a Imigração Alemã nos Vales dos Rios Braço do Norte e Capivari”, realizado, dia 3 de maio, no auditório da Copobrás, em São Ludgero. O evento foi promovido pelo Instituto Carl Hoepcke (ICH), em parceria com a Unisul e a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Regional (SEDR).
Cerca de 250 pessoas participaram do encontro, entre eles, acadêmicos e professores dos cursos de História e Letras, além do vice-reitor da Unisul, Salésio Herdt. Através de palestras com pesquisadores do tema, foi traçado um panorama da colonização alemã na região. “Foram abordadas a origem e a formação étnica do povo que aqui habita, e o modo pacífico como habitam, além de todo o desenvolvimento de um estado industrial vinculado à colonização”, explica o mestre em História Jochem.
De acordo com a representante da SEDR, Lílian Guedes, estudos e projetos ligados à colonização alemã ainda são raros na região. “Existem discussões sobre os italianos, os negros, mas a imigração alemã ainda carecia de algo semelhante”, comenta a Gerente de Programas e Ações de Cultura, Esporte e Lazer da SEDR.


Palestras abordam cada cidade da região

Pesquisadores de São Ludgero, São Bonifácio, São Martinho, Gravatal, e de outros municípios do vale de Braço do Norte e Capivari apresentaram estudos e demonstraram através de slides a influência alemã na cultura catarinense. O professor do curso de História da Unsiul, Arilton Teixeira, foi um dos palestrantes e falou sobre os alemães em Tubarão. “Tubarão foi o local dispersor das comunidades germânicas. Através de Tubarão, vindos de Laguna, que os colonizadores partiram para outras localidades, e ainda hoje é visível nas construções a importância dos alemães no desenvolvimento da cidade”, comenta o professor.
Esse foi o segundo evento desenvolvido pelo ICH, o primeiro envolveu a região de Florianópolis. Fundado há dois anos, o instituto é direcionado à preservação da herança cultural deixada pelos imigrantes alemães em Santa Catarina. Para a presidente e bisneta de Carl Hoepcke, Anita Hoepcke da Silva, eventos como esse são de grande importância para a divulgação e aprendizado da história catarinense. “Nós queremos participar dos movimentos das comunidades que tiveram colonização alemã, relembrar sua história e sua cultura. O evento em São Ludgero foi fundamental para esse objetivo”, afirmou a presidente.

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